sábado, 5 de maio de 2012

O dom de controlar

Não sei se tenho muita moral para dizer coisa, aconselhar pessoas ou indica-los a um "caminho". Escrevo por escrever, para contar por situações que eu passei e torcer para que ninguém cometa erros que eu cometi.
É difícil olhar no espelho sendo que você carrega na memória o peso da sua própria consciência. É horrível você tentar dormir, mas quando fecha os olhos o bom senso vem lhe falar.
Caro amigo, venho carregando a tempo a terrível mania de tentar controlar o mundo ao meu redor, principalmente o mundo que é regido pelo sentimento. Venho negando a minha alma de sentir, parece profundo ou poético porém a intenção é só descrever.
Quando tenho o controle de tudo as coisas ficam mais fáceis, você pode sentir uma amor incondicional e também pode sentir a dor incondicional. Não sentir nenhum das duas se torna a via mais fácil. Agir pela lógica se torna o caminho mais perfeito, pois a razão é a maestra de vários acontecimentos bons.
Com o tempo os sorrisos são programados, você aprende usa-los como um sutil suborno. As lágrimas se tornam armas fatais que derrubam as mais densas barreiras. Controlar os outros não se torna uma ação, se torna um dom. Você terá o mundo aos seus pés, e seus desejos mais insanos na palma de sua mão.
No começo parece tentador, criar o seu redor um ambiente propício para a sua realização pessoal. Ai que você se engana...
Sorrisos mecânicos formam sem você querer, lágrimas escorrem cada vez menos e você se tranca em um quarto de dúvidas. Porque? O que? Quem?
Sentira pela manha o ar te sufocar, pela tarde o sol queimar e pela noite seus fantasmas te assombrar. Não terá fome de conhecimento, não terá cede de ambição. Será uma marionete de você mesmo.
Chegará ao ponto de não saber qual é sua cor favorita, ou o que sente em relação a uma música. Parece pouca coisa, mas você só saberá o quanto esta no fundo quando não souber do que gosta, do que odeia. Tudo sera mecânico, tudo sera planejado e nada será seu.
Eu tive a chave de minha prisão, presente recebido por uma amigo que nem ao menos percebeu...
Ainda sinto dificuldades em me adaptar, não sei minha cor favorita ou o que gosto de fazer, mas sei uma de uma coisa que me conforta em muito - Não sou mais o que você quer que eu seja.